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OS LUGARES TOPOFÍLICOS DE DIAMANTINA-MG NA PERSPECTIVA DE RESIDENTES E TURISTAS: Uma abordagem complementar ao viés morfológico-funcional da Geografia Urbana

Maíra Cristina De Oliveira Lima

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RESUMO

Tendo em vista a importância de se estudar o fenômeno urbano além da morfologia e da dinâmica de funcionamento das aglomerações humanas, este trabalho propôs incluir as percepções e representações que os indivíduos possuem.O presente trabalho é resultado de uma pesquisa de iniciação científica de mesmo título desenvolvida sob orientação dos professores Douglas Sathler dos Reis e Guilherme Fortes Drummond ChicarinoVarajão em 2014 e que também subsidiou a elaboração da Tese de Doutorado de Varajão (VARAJÃO, 2015).Por conseguinte, objetivou-se observar os lugares valorizados (positivamente e negativamente) na perspectiva dos residentes de Diamantina-MG e dos turistas que a visitaram, discernindo os aspectos similares e discordantes desses grupos em relação as formas de estimar o município. Pretendeu também observar se existem relações entre as preferências coletivas e as características morfológico-funcionais de Diamantina. Foram realizadas 402 entrevistas estruturadas com os residentes que subsidiaram o mapeamento dos lugares valorizados positivamente e negativamente. A partir dos resultados da Pesquisa Perfil da Demanda Turística Real de Diamantina e Região (PDTD) (SILVEIRA; MEDAGLIA, 2014), os atrativos mais frequentados pelos turistas também foram mapeados. As análises estatísticas e espaciais dos dados coletados e organizados neste trabalho contaram com o auxílio dos softwares Excel, SPSS e Arcmap e Arcscene. Considera-se que Diamantina possui uma estrutura urbana peculiar e extremamente heterogênea, e que, apesar da percepção do ambiente ser pautada em sua maior parte de maneira subjetiva, diversos lugares específicos foram referenciados repetidas vezes. A frequência em que certos lugares foram mencionados indica que existem algumas visões compartilhadas entre turistas e residentes entrevistados. De maneira geral, foi identificada uma importante relação entre as zonas morfológico-funcionais da cidade e os lugares valorizados positivamente e negativamente. As áreas central e pericentral de Diamantina são estimadas por residentes e turistas, ainda que alguns lugares sejam por motivos distintos. O Mercado Velho foi o que mais se destacou para turistas e residentes e, em menor grau, considerando os dois grupos, o mirante do Cruzeiro da Serra. Apesar de poucos turistas conhecerem os atrativos situados na zona periurbana de Diamantina, muitos locais são frequentados por ambos os grupos, como a Vila do Biribiri e as cachoeiras dos Cristais e Sentinela. Bairros periféricos, como Rio Grande, Palha e Cidade Nova, foram alvo de sentimentos negativos por todas as classes sociais de residentes e são locais não frequentados por turistas. Os bairros pericentrais e periféricos populosos, como Palha e Bela Vista, foram citados como locais estimados, principalmente, pelos próprios residentes destas áreas, devido aos elos afetivos estabelecidos, geralmente associados a recordações ou a relações familiares e, ou de amizade. Por meio da realidade analisada, entende-se que promover maior equilíbrio entre a valorização das áreas de Diamantina deveria ser um dos principais objetivos da gestão pública, uma vez que isso está relacionado à eficiência da distribuição dos recursos e à promoção da justiça social.

Palavras-chave: percepção; topofilia; topofobia; turismo; Diamantina